terça-feira, 20 de março de 2012

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

[ROMPENDO O SILÊNCIO]

"Assédio moral, ou violência moral no trabalho, é a exposição de trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função, de forma repetitiva, o que caracteriza uma atitude desumana, violenta e antiética nas relações de trabalho" (Margarida Barreto - médica do trabalho).

O assédio moral interfere na vida do trabalhador de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais e também ocasionando graves danos a saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou até mesmo a morte. O assédio moral é um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.


ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO PÚBLICO

O setor público é um dos ambientes de trabalho no qual o assédio se apresenta de forma marcante. Muitas repartições públicas tendem a ser ambientes carregados de situações perversas. Com pessoas e grupos que fazem verdadeiros "plantões" de assédio moral.

A estabilidade do servidor é um dos fatores que colaboram para relações mais violentas, já que não há como demiti-lo, as pressões para que seja transferido ou peça exoneração são maiores.

Outro aspecto de grande influência é o fato de que no setor público, muitas vezes, os chefes são indicados em decorrência dos seus laços de amizade ou de suas relações políticas, e não por sua qualificação técnica e preparo para o desempenho da função.

Despreparado para o exercício da chefia, e muitas vezes sem o conhecimento mínimo necessário para tanto, mas escorado nas relações que garantiram a sua indicação, o chefe pode se tornar extremamente arbitrário, por um lado, buscando compensar suas evidentes limitações, e, por outro, considerando-se intocável.

A ausência de políticas de recursos humanos deixa espaço pra práticas de gestão pouco claras, na qual as regras internas de comportamento e os métodos são insuficientes ou inexistentes, o que resulta em poder sem limites dos gestores, (chefes). Não existindo um padrão ético de conduta.

É NO COLETIVO QUE PODEMOS TER E DAR VOZ, TRAZENDO REALIDADE ÀS VIOLÊNCIAS SOFRIDAS NO MUNDO DO TRABALHO, FAZENDO COM QUE SEJAM RECONHECIDAS, DISCUTIDAS E ENFRENTADAS, ACABANDO COM O SILÊNCIO QUE ENVOLVE A QUESTÃO - INDICATIVO DO MAL-ESTAR PREDOMINANTE.